o estar infeliz.

22:34.

Sigo animada e entusiasmada com a vida, com o que venho aprendendo, campos aos quais venho me dedicando, posicionamentos compartilhados, mas, ao final do dia, sou infeliz. Infeliz porque a solitude (que eu muito precisei e foi fundamental para minha cura) se transformou em solidão e a cada passo que dou me sinto cada vez mais afundada em um poço de palavras não ditas, abraços não dados, amor não compartilhado. Sinto falta de alguém que me olhe e me ouça como se fosse a primeira vez; sinto falta de olhar e ouvir alguém como se fosse a primeira vez.

Eu não consigo levar com naturalidade e total interesse o que a tecnologia promove, essa facilidade de conversar com uma pessoa em qualquer lugar. Eu gosto e preciso do físico, material, do contato… Essas coisas de eu estar no computador estudando, lendo algo e ter alguém na cama me esperando para poder compartilhar com a pessoa algo foda que acabei de ver, ver a expressão dela, o interesse, o retorno…
Acho que desenvolvi uma certa fobia social muito grande, isso antes de pandemia. Eu não tenho paciência pra coisa rasa e acho que todo mundo tem a obrigação de me proporcionar diálogos super excitantes – mas que prepotência a minha… ou será que não? Seríamos obrigados a aceitar menos do que realmente nos interessa? Se não, então nos resta aprender a lidar com o que o mundo se tornou e reinventarmos nossa maneira de comunicar interesse, respeito e admiração?