Capítulo 09.

***

“- Eu perguntei em que poderia ajudar – disse ela, com uma voz fina e áspera que ele mal conseguia ouvir.

– É… eu vim pedir o seu conselho – respondeu ele, sentindo-se um pouco ridículo.

[…]

Após uma ou duas horas de silêncio não-comunicativo, a senhora decidiu que os painéis solares já haviam absorvido luz o suficiente para fazer funcionar a máquina de fotocópias e desapareceu caverna adentro para procurar alguma coisa. Finalmente, reapareceu com algumas remas de papel e as inseriu na máquina.

Entregou as cópias para Arthur.

– Estes são, ah, estes são seus conselhos? – perguntou Arthur, folheando as páginas, indeciso.

– Não – respondeu ela. – Essa é a história da minha vida. Sabe, a qualidade de qualquer conselho que uma pessoa pode dar deve ser avaliada de acordo com a qualidade da vida que essa pessoa levou. Ao examinar este documento, você vai notar que eu sublinhei todas as principais decisões que precisei tomar, para destacá-las. Estão em ordem alfabética e tem um índice remissivo. Entendeu? Então, sugiro apenas que você tome decisões contrárias às que tomei, porque assim você talvez não termine sua vida… – ela fez uma pausa e encheu os pulmões para um bom grito – em uma caverna velha e fedorenta como esta!”

Coleção “O Guia do Mochileiro das Galáxias – Praticamente Inofensiva”, Douglas Adams. Volume cinco da trilogia de cinco.

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